Ruach - Nefesh - Corpo. O Ruach Permanente.



Ruach – Nefech - Corpo.  A perfeita estrutura humana.
                         O    RUACH    PERMANENTE.
Por:  Benyamin ben Avraham.


E disse Deus: Façamos o homem à Nossa imagem conforme a Nossa semelhança”
E criou Deus o homem a Sua imagem; a imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.”
(Gênesis 1:26,27).
"Na verdade, há um espírito no homem e o sopro do Todo Poderoso o faz entendido.” (Jó 32:8).
   Presumo que não é pouca coisa sermos criados a: 'imagem e semelhança ao divino'. Uma característica sublime do Criador é Ser Eterno. E ao herdarmos características de Nosso Criador, uma faísca, uma centelha desta eternidade nos é dada. Nosso cérebro, essencialmente material, tende a usar seus escassos recursos terrenos para achar uma explicação natural para passagens bíblicas digamos assim, um tanto "conturbadas" para ao seu padrão de raciocínio. Nós somos assim, queremos respostas prontas pra tudo, nem que não tenhamos certeza queremos uma pelo menos. Não quero afirmar que a existência pós morte seja uma espécie de "consciência igual a nossa". Não. E um outro tipo de consciência existencial, onde apenas estamos num estado de sono, todavia. 'Façamos' é plural majestático, portanto este Deus Único, criou o homem. "E Criou Deus o homem." 'Ele criou', singular. (Gênesis 1:27). Neste capítulo está escrito que ambos foram criados, sua parte espiritual. No cap. 2:verso: 7 Adam recebe um corpo feito da terra, e a introdução desta parte espiritual é feita pelo sopro de Deus em suas narinas: "E Formou Yahuh Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem veio a ser alma vivente." Eva deveria esperar para receber este corpo, mas já possuía um 'Ruach'. Está escrito aí, foram feitos juntos: "Macho e fêmea os criou." E por que tem "duas criações", uma no cap, 1 e outra no cap. 2?  Para as pessoas entenderem que o homem não é meramente matéria, meramente 'alma vivente, mas espírito, a semelhança de seu Criador. Este entendimento foi difícil até para Salomão, ele deixou transparecer isso ao escrever Eclesiastes. Assim vou apresentar um pequeno estudo onde tentarei explanar brevemente este assunto complexo para nossas mentes nesta dimensão material. Prestem atenção no terceiro verso acima (Jó), na parte que diz: 'Na verdade'. Não está escrito assim por qualquer motivo. Está escrito assim para dar ênfase. Este é um assunto muito antigo, e por se saber muito pouco sobre ele sempre foi polêmico, abrindo brechas para descrenças. Então o verso vem e faz a afirmação: "Há na verdade um espírito no homem.!" É a dedução lógica da leitura por si só. O ser humano vem a existência com a centelha divina, recebida no sopro de Adam, (Gênesis 2:7) diferente de todos os demais seres criados. A segunda parte do verso diz: "O sopro do Todo Poderoso o faz entendido". Como assim, o faz entendido? O sopro não seria responsável apenas pela respiração, pelo parte pulmonar da oxigenação? Como assim o 'faz entendido'? Que tem haver este sopro com a parte do aprendizado, do conhecimento, e da fala? Responda...!!! Não consegue responder... ?! Então deixe que eu lhe diga: A prova está exatamente aí. Foi no sopro que a centelha Divina nos foi dada, e é repassada de ser humano a ser humano no nascimento. O sopro do Todo Poderoso o 'faz entendido'. (Jó 32:7). Não foi algo da matéria que o fez diferente, foi algo do Criador fora dela que veio 'para ela' e que fez toda a  diferença. Esta parte desacreditada de muitos é real, existe. É algo dentro do corpo: "Mas a sua carne tem dores, e a sua alma nele lamenta". (Jó 14:22). A 'alma' aqui se refere ao Ruach, veja: contida nele. Ou seja, se está dentro, é porque existe o de fora. São partes diferentes separadas mas juntas ao mesmo tempo. Uma está dentro e outra está fora e o conjunto tem o nome de: Homem vivente. Ou seja: Corpo, alma e espírito. Claro como: 1+ 2 = 3.  Se fizermos a pergunta a qualquer erudito eclesiástico: 'Você sabe qual a prova material, real e palpável de que o homem tem um Ruach permanente, um "espírito" mesmo após a sua morte'? Dificilmente ele saberá responder. Mas nós judeus bíblicos sabemos a resposta. A resposta é: 'a fala'. Somente os humanos falam, e através da fala somos capazes de trazer expressões e fazer explanações impossíveis aos animais. A fala e o uso da razão são instrumentos de um ser 'divino', criado a imagem e semelhança, que constrói no imaginável, que cria no abstrato e depois consegue trazer para a realidade. Só um ser com características resquícias do divino pode tal. O faz entendido, sim o faz. É o 'Ruach permanente' dentro do corpo que se manifesta através do corpo. Se um ser humano fosse capaz de viver sem Ruach não seria mais que um simples símio e se comportaria como tal. Isto ocorreu com Nabucodonosor: (Daniel 4:25).  Seu espírito ou Ruach esteve guardado por Yahuh em um estado de sono, e desta forma apenas a parte animal ali estava, e como tal se comportava. Ele não podia falar, pois é o espírito que fala usando o corpo. Quando este espírito retornou, ele volta as suas faculdades mentais normais, pois este é que o dirigia. Elias também ora para que o Ruach permanente, ou espírito do menino retorne a ele: (I Reis 17:21,22). Se retornou é porque já estava antes ali, tornou para onde estava, dentro dele. Assim que não faz parte do judaísmo a descrença no 'espírito' do homem, o Ruach permanente; que é como costumo me expressar. São muitas as nuancias da palavra: 'Ruach' e seu significado em hebraico. Acostumamo-nos com expressões como: Espírito, alma, centelha divina e alento divino. Todavia, somos propensos a aceitar que alento divino é 'nefesh', como fôlego de vida. Não necessariamente isto é certo. Dependendo da frase o significado pode ser outro ou até ter duplo sentido.  Outra expressão bem comum para Ruach ou espírito humano e um pouco depreciativa é a palavra: 'fantasma'. Mas esta última realmente está bem fora de foco; mas nem por isso perde seu valor. Eles já foram vistos aos milhares, embora dizem que eles: "não existem!". As pessoas que negam este conceito da eteriedade do homem após sua morte falam em: 'alento', 'vento', 'respiração' ou qualquer palavra sinônima na mera nomenclatura de um dicionário. Todavia o hebraico é uma linguagem espiritual que vai muito mais além de meras traduções básicas ou conjecturas de palavras. Ruach tem um significado excelso, etereal e ligado ao divino que foge do conceito de 'matéria' como a conhecemos. Assim a lógica do raciocínio da matéria não o pode alcançar, pois está fora do raciocínio da mera matéria e seus julgamentos plausíveis. Da mesma forma como o  assunto de energia quântica é algo incompreensível ao entendimento do seu pedreiro. Tente falar disso com ele... Não entra nada. Assim acontece quando fazemos isto com um amigo judeu estudante do Tanah que já aceitou a "doutrina adventista" do homem sem espírito. Mas este ensino da negação do 'espírito pós morte' é herdado de outras doutrinas, (um conceito paganizado), que se infiltrou a pouco tempo aqui e  ali como opinião pessoal, principalmente por convertidos ao judaísmo vindos das religiões evangélicas, que aceitaram que a crença na "Imortalidade da alma é um conceito pagão. Pagão acredita em que? Não seria pagão justamente um conceito contrário? Este fenômeno de inversão de valores ocorre tanto no judaísmo rabinita, (de doutrina farisaica), como no judaísmo caraíta mais recentemente ainda. Se ouve judeus convertidos ensinando este assunto como se fossem cristãos adventistas, (uma seita que ensina a não existência de um espírito, ou Ruach permanente que sobrevive a morte do corpo). Quero lembrar que este conceito de "negação de espírito", onde se aceita que após a morte a centelha divina do indivíduo simplesmente "deixa de existir" nunca fez parte do judaísmo ancestral. Não faz parte de nenhum judaísmo em qualquer parte do mundo. Gostaria de refletir e verificar nas Escrituras com você este polêmico assunto. Vamos falar primeiro da parte física do homem. Você que acha que quando o homem morre não está em lugar algum, apenas na sepultura e mais nada, ok. Que ele morre sabemos, que vai pra sepultura, também, Isso é natural e acontece mesmo. Até aí concordamos. Mas não é só isso. A destinação do Ruach recebido no nascimento é diferente. "E o espírito volte a Deus que o deu."  Nem lembrava mais desta passagem? Pois é, ela existe. Leia de novo, pra ter certeza. Sei que você já leu Deuteronômio. 18. Peço que leia novamente. Por favor faça isso agora, depois continue esta leitura. Notou que lá está escrito:"Entre ti não se achará quem consulte os mortos" ? (Deut. 18:11). Eu te pergunto: Se os mortos não podem ser consultados, (já que isto é algo que não existe, como alguns insistem em afirmar), e segundo este pensamento 'espíritos de mortos' simplesmente 'não existem', por que Deus faria esta proibição então? Qual o sentido de proibir algo que não pode ser feito? Se uma porta não existe como alguém poderia ser proibido de passar por ela ? "NÃO  passe por esta porta". OU: "NÃO entre!" Que sentido faz proibir uma coisa que não é possível se fazer já que não existe? Seria Deus incoerente proibindo algo assim? Se os mortos não estão lá e portanto é impossível consultá-los, por que Yahuh Elohim pediria para que alguém evitasse fazer tal coisa? Quando fazemos esta pergunta para a pessoa descrente no ruach permanente ela simplesmente não responde e, 5 segundos depois sua mente continua como estava; como se não tivesse lido esta passagem ou se como o verso não existisse. Ele esquece segundos depois. Por que será? Por que certas pessoas se comportam como se não tivessem capacidade de entender determinados assuntos? Ideias pré concebidas sem estudo aprofundado seria a única explicação que vejo. Outra passagem bastante importante é a de Salmos 50:3 e 4. Esta passagem é uma clara alusão e ressurreição dos mortos, ou seja: A união do espiritual com um corpo material, feito para viver na terra "Chamará os céus do alto, e a terra, para julgar o seu povo." (Eclesiastes 3:21 não foi escrito em vão).   Assim, antes de continuar, responda nem que for pra você mesmo; porque se você não tem uma resposta então você tem duas opções: 1) Mudar de opinião, o que seria o correto, ou: 2) negar a Bíblia. Um direito e escolha sua. Não há meio termo. Ou os espíritos dos mortos existem e podem ser consultados, ou a lógica e a coerência simplesmente não fazem sentido nesta  proibição. Mas o proibição existe e se existe há algo que não se deve fazer. Pense. Está tudo bem claro: os mortos podem ser contatados, embora seja isto uma prática proibida, e é justamente por isso que é proibida ao povo judeu. E se é proibida aos judeus e judeus são humanos é proibida também para não judeus, pois estes também são humanos. Concordas com a lógica??? Ótimo.  Temos inequívocas provas desta prática proibida a séculos, mas efetuada por diversos povos durante toda a história humana. Tudo investigado, tudo catalogado, tudo provado. Vídeos, fotos, documentários. Muitos segredos revelados que estavam em posse somente do falecido e com ninguém mais, tal espírito é trazido para o mundo dos vivos e revela o segredo, desvendando o mistério insolúvel. Pesquise a respeito e acharás muitos relatos inequívocos. Além das provas bíblicas existem centenas de provas reais, científicas e inegáveis, cartas psicografadas com a caligrafia do falecido, etc. Mesmo diante do que exponho e mesmo que se vejam todas as provas de que falo, muitos continuarão não acreditando. Sabemos  que no judaísmo caraíta (judeus bíblicos), não tem dogmas, e como tal você não tem que concordar com a opinião de ninguém, mesmo que esta seja a de outro caraíta. Uma opinião a respeito de um determinado assunto secundário será respeitada, mesmo que divirja da maioria. Em assunto primários e fundamentais é diferente. É por isso que os vários grupos judaicos coexistem. Assim que essa matéria será o parecer de todos judeus, caraítas ou não. Este exposto aqui não é apenas a crença deste autor, mas fato que coaduna perfeitamente com a totalidade dos judeus esclarecidos em todo o mundo. Com raras exceções de opiniões pessoais diferentes com relação de como se dá o processo pós morte, o tempo que leva para chegar ao 'Além', e outros processos desconhecidos, (especulações a parte), tanto dos judeus rabinitas: Ortodoxos, tradicionais ou reformistas (todos fariseus), como também dos judeus caraítas; a crença que exista um espírito no homem é unânime.  Qualquer opinião ou ideia contrária é expúria e contrasta a qualquer judaísmo, repito.
Só pra contrariar: Se sabe que os judeus fariseus criaram o hábito de acender as velas do Shabat só pra contrariar os judeus caraítas que não o fazem; isto não justifica todavia, que alguns contrariem um ensinamento bíblico da existência do Espírito pós  morte (só pra contrariar igualmente os demais). Temos, todavia, que aceitar o que está escrito e ver os fundamentos e provas bíblicas e científicas apresentadas. Com toda certeza os versos acima são bem mais profundos do que se pensa, pois se temos semelhança com o Criador, naturalmente que não se está falando de aparência física, mas que nossa semelhança com Ele está justamente no aspecto mais profundo da existência. Que nossa semelhança com Ele, não está relacionado a algo físico e visual. Tampouco a algo tão finito como matéria, carne e osso. Não. Definitivamente não ! E digo mais: aqueles que ensinam que a essência de nosso ser (Espírito, Ruach, Centelha divina), terá o mesmo fim que meros animais, deveriam pensar se não estão ofendendo Aquele que os criou. Por que ? Porque pois ‘a Sua imagem e semelhança’ nada tem haver com meros animais, é o que tais pessoas deveriam supor. Como o título já diz, são três coisas distintas as que formam a essência do ser humano: Espírito, Alma, Corpo. É importante lembrar que embora as palavras Nefech = alma e Ruach =  alento, essência o Centelha Divina sejam palavras sinônimas, no idioma hebraico ela tem um sentido bem mais profundo que isso. Ruach tem sentido de alento, mas ligada a raiz de existência, que por sua vez leva ao sentido de essência espiritual, continuidade, força, eteriedade, etc. Não é apenas : alento, sopro, respiração, como querem ensinar.  Vou apresentar ainda outros textos para firmar bem o assunto apresentado para firmar sua base. Sabemos que os animais tem Nefech (alma, vida), e que o homem também tem. Porém além de Nefech (vida), o homem também possui: Ruach, conforme mostrado acima.  Está escrito: “Porquanto é a alma de toda carne;  o seu sangue é pela sua alma (vida); por isso tenho dito aos filhos de Israel: Não comereis o sangue de nenhuma carne, porque a alma (vida), de toda carne é o seu sangue;...” (Lev. 17:14).  No momento da morte a mesmo coisa sucede a ambos, como  está escrito em (Eclesiastes 3:19).  Isto porque  no sentido físico aparente, ou seja: na existência temporal de um corpo, nós somos parecidos com os animais, porque respiramos, comemos, e podemos morrer a semelhança deles. Mas as semelhanças param por aí. Nós humanos temos um ‘algo mais’. Mesmo neste momento existe um posicionamento direcional diferente, veja; está escrito: “Quem adverte que o fôlego dos filhos dos homens sobe para cima, e que o fôlego dos animais desce para baixo da terra?” (Eclesiastes 3:21). Alegoricamente as direções são diferentes, então não é a mesma coisa que lhes sucede de fato. Nos Salmos também há registros do mundo invisível, está escrito: "Que homem há, que viva e não veja a morte ? que tenha poder para livrar a sua alma do poder do mundo invisível?" (Tehilim 89:48).  Então não é a mesma coisa, existe um mundo a parte. Embora invisível ele existe, ou então não seria invisível, seria: 'inexistente'. Embora o verso de Eclesiastes esteja na forma interrogativa ele, o escritor, ouviu deste assunto antes de escrevê-lo e portanto este pensamento e afirmação existiram em sua época ou seja: que havia uma distinção clara entre o nosso fim e o dos animais; entre um lugar e outro lugar. Existe um mundo invisível pois aqui há menção dele. Indiretamente é o que o verso afirma no sentido reflexivo, fala indirtamente.  Continuemos: Vamos prestar atenção na criação do homem e dos animais. “E formou o Criador Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida e o homem foi feito alma vivente”.  Notou a repetição? 1) “Fôlego da vida” e 2) “alma vivente”. Pra que repetir se as duas coisas são as mesmas? Aí é que está...! Repete porque não é a mesma coisa, são coisas diferentes. O sopro de vida no homem além de conter Nefech continha também Ruach. Por isso repete. A separação dos dois só ocorrerá na morte do corpo. Ele não soprou nos animais, porque não lhes deu  o 'Ruach permanente'.  Ou seja: Para que ele, o homem vivesse teria que ter as duas coisas, ou ele não acordava. E por que ele não vivia e levantava se já estava pronto como os animais? Foi aí, no sopro que houve a diferença, o divisor de águas, e a introdução do: “a imagem e semelhança”. Então o homem levantou. Agora compare com o verso na criação dos animais: “Havendo pois o Criador Deus formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adam ...” (Gên. 2:19). Note que não houve o sopro na criação dos animais. Eles foram igualmente tirados da terra, mas feitos diferentes. E por que? Responda ... ! - Porque eram seres diferentes, e como tal sua estrutura interna era e é diferente. Provavelmente a confusão começou quando alguém leu: Gênesis 7:22 e não entendeu o "espírito da coisa", como se diz vulgarmente. Lá diz: "Tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em seus narizes, tudo que havia no seco, morreu." A expressão: 'espírito" pode ter e ser usada de muitas formas, mas 'espírito de vida' aqui tem o mesmo significado de 'alma vivente' ou seja: 'nefesh', como vemos em Gênesis 2:7. Visto que esta passagem é única assim expressa, e sua semelhante é 'espírito de vida', pois 'alma vivente' foi igualmente usada quando o homem estava sendo criado, sim, na sua parte física. Os animais foram criados em pares, o homem sozinho. Pois no plano original ele deveria permanecer assim, mas sobre isso falo em outra matéria. No homem o sopro foi Nefesh e Ruach, sim, ao mesmo tempo ambos. Porém o animal recebeu apenas Nefesh (espírito de vida, fôlego., se tornou uma 'alma de carne', algo vivo.) É preciso perceber a fundamental diferença. Uma tradução diz: “e o homem passou a ser alma vivente”. Recebeu o sopro em suas narinas, o animal não. Fora isso, a mesmo coisa acontece a ambos. Até aí tudo igual. Quer dizer que ele não era, estava pronto, respirando, mas não se levantava porque lhe faltava o sopro, o Ruach permanente, ou 'espírito', se prefere chamar assim. Este ao entrar nele  dirigiu os movimentos, administrou seus sentidos, igual fazemos quando entramos em uma máquina para a pilotarmos. Naturalmente vivemos como se nunca fôssemos morrer, embora saibamos que não é assim, não nos desesperamos com essa ideia, pois nosso psique dá um jeito.  Mas nossa natureza original não foi construída para morrer, então nosso cerebro naturalmente e simplesmente não pensa nisso. Está escrito: “O seu pensamento interior é que as suas casas serão perpétuas e as sua habitações de geração em geração.” (Salmos 49:10). Alguns outros versos que confirmam: (Salmos 49:10: Prov. 14:32; Prov. 15:24; Prov. 10:25). O homem não pensa na morte porque sua natureza não foi construída para morrer, sua parte interna de estrutura espiritual é a que domina o seu cérebro. A grande prova material de que temos a centelha Divina é a fala. Pensar na morte não faz parte desta estrutura humana a imagem e semelhança. É  por este motivo que o homem vive e se comporta como se não fosse morrer. Outra passagem deixa a entender nas entrelinhas que mesmo na morte existe esperança,  de que não é bem o fim, leia:  “...mas o justo até na morte tem esperança.” (Prov.14:32). Que esperança haveria na morte, se tudo terminasse com o fim do corpo? Que esperança tem alguém que pensa que quando morremos deixamos de existir por completo? Pouco sabemos sobre este lugar, mas é certo que ele existe. É certo que não vamos para um 'paraíso de felicidade', nem que teremos um estado de alegria, passeando com anjos, tocando harpa, não, claro que não é assim. Todavia temos a sensação de que ainda existimos, em um nível de consciência diferente deste nosso, é este nível que se mantém. O mesmo acontece quando estamos dormindo, sabemos que vamos acordar, embora  que não estejamos conscientes mas sabemos que existimos e que podemos acordar a qualquer momento. Está escrito: “Atenta em mim, ouve-me Yahuh, meu Deus, ilumina os meus olhos para que eu não durma o sono da morte.” (Salmos 13:3). 
Este lugar é um lugar de ajuntamento, de reunião de espíritos onde estão todos juntos num estado de sono. Está escrito sobre o rei de Judá que seria colocado junto com seus antepassados: "Eis que Te ajuntarei a teus pais (a parte do espírito), e tu serás recolhido a teu sepulcro em paz (o corpo), e os teus olhos não verão todo  mal que trago sobre este lugar e seus habitantes" (ll Crônicas 34:28). Este é o estado na morte, comparado a um sono. Dormimos em algum lugar, este era o lugar onde Samuel estava, quando reclamou por Saul tê-lo perturbado quando o tirou de lá usando meios escusos e proibidos (l samuel 28:15). Este é o lugar onde todos os mortos estão. Se os justos e os impios estão no mesmo lugar, não sabemos, podemos apenas supor que não. Parece difícil aceitar isso, mas é real. Devemos entender que no nosso mundo existem vários níveis de consciência existencial. Os exemplos no mundo físico nos dão uma ideia do mundo espiritual; o nível de consciência do homem é um (o mais elevado), o nível dos animais é outro, e o nível do reino vegetal (plantas), é ainda outro. A planta é também uma coisa viva que cresce, da frutos, se desenvolve, etc. A planta de alguma forma tem consciência de sua existência, embora num nível muito diferente do  nosso e dos animais. Na África existe uma planta que libera toxinas assim que sente que os animais comem suas folhas, como forma de se defender. No mundo espiritual para os humanos que deixaram seu corpo é a mesma coisa. Não sabemos o que há lá, mas sabemos que há este “Lá”, conforme diz em (Eclesiastes 3:11.)  “Sem que o homem possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim.” Simplesmente porque não sabemos onde fica, não significa que este lugar não exista. Você não consegue ver o vento nem a eletricidade, mas você não duvida que existam só por isso.
No livro de Jó, está escrito: “Verdadeiramente há um Espírito no homem, e o sopro de El Shaday o faz entendido.” (Jó. 32:8). Há um espírito NO homem, ou seja: dentro dele. Foi colocado ali pelo Criador. A palavra: ‘Verdadeiramente’ faz alusão a que este assunto era polêmico e aparentemente de difícil conclusão. ‘Verdadeiramente’ soa como uma afirmação do ‘algo mais’. Querendo afirmar que temos algo mais, algo do Divino dentro de nós. Qualquer bom leitor percebe isto. A maioria dos judeus reconhece que é a fala a 'prova material' da existência deste 'espírito no homem'; nenhum animal tem a capacidade de raciocínio abstrato, conjecturas de fala complexas, e vocabulário como milhões de palavras. Só o homem foi dotado com a estrutura mais complexa do universo, nosso cérebro. E por que? Porque isto que nos foi dado na criação, um  Ruach permanente que é a centelha divina que fala através de nosso corpo. A fala não é um mero atributo animalesco, mas a prova da manifestação do divino em nós. Um Deus maravilhoso que presenteou seus filhinhos com um pedacinho de Si, que se liga ao corpo através do cérebro. Um humano que não tivesse este 'Ruach' ou 'espírito' se comportaria igual ao um chimpanzé, e não conseguiria falar. Nos salmos fala sobre as duas estruturas do homem. Se diz que fomos feitos ‘um pouco menor’ do que os anjos (Salmos 8:5), e se os anjos são eternos e nossa estrutura é 'um pouco menor' que a deles, é fácil a conclusão: Temos algo de permanente em nós. Primeira parte, mortal, estrutura física: “Que é o homem mortal para que Te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?”  Segunda parte, a centelha, espiritual: “Contudo, pouco menor que os anjos o fizestes, e de glória e de honra o coroaste.” (Salmos 8:4,5). Se fôssemos apenas iguais aos animais como muitos ensinam, não seríamos: ‘um pouco menor’ que os anjos. Acho que a comparação nem seria feita, e o versículo nem seria escrito, mas como foi, comprova o raciocínio lógico que algo dentro de nós é parecido com a estrutura dos anjos, embora que num nível inferior a estes.
Outra coisa é que este ensinamento não é uma questão de interpretação, é também uma asseveração, uma afirmação da própria Escritura Sagrada. Para que o leitor entenda o que estou escrevendo, terá que ler todo o capítulo 28 de l Samuel. No verso 3 diz que Samuel havia morrido, e no verso  15 está escrito: “Samuel disse a Saul: Por que me perturbaste, fazendo-me subir?” Note que está dizendo que foi o próprio Samuel que falou, não há dúvida quanto a isto. E Samuel mesmo depois de morto continua falando nos versos: 16, 17, 18 e 19. É a Escritura que está dizendo que é ele quem fala, não podemos negar isto sob pena de sermos taxados de mentirosos. Está claro e inegável, basta ler...! Qualquer outra interpretação que alguém fizer aí negando este fato estará negando a verdade. E tanto foi verdade que ele, Samuel, fala do lugar onde ele estava e que todos eles estariam com ele neste lugar no dia seguinte, e isto se cumpriu, pois ele continuava profeta. Está escrito: “E Yahuh entregará também a Israel contigo na mão dos filisteus, e amanhã tu e teus filhos estareis comigo; e o arraial de Israel Yahuh entregará na mão dos filisteus.” (l Samuel 28:19).
O próprio Yahuh, Elohim de Israel fala que os espíritos existem fora do corpo e que estava e está proibido consulta-los. Em Deut. 18 está escrito: Verso 10 “Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, ... (verso 11) “Nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos.” Se está proibida a consulta aos mortos, é porque os mortos podem ser consultados, caso contrário a proibição não teria sentido. Minha razão diz que meu Deus não daria uma ordem sem sentido. Portanto, concluo que os mortos podem ser consultados na desobediência, assim como Saul que conhecia esta possibilidade, o fez. Ele não foi o primeiro nem o último que fez isso. Um espírito adivinhante as vezes ficava longo tempo morando com a pessoa e se manifestava quando solicitado. Está Escrito em Levítico 20: 27: “Quando algum homem ou mulher tiver um espírito adivinhante morando consigo, ou for encantador de encantos, deverá morrer. Com pedras ele será apedrejado e seu sangue cairá sobre ele mesmo por isso.” Expressões como: "Serás reunido aos teus povos", também são claras evidências de que eles estão lá. Além da bíblia, temos outras provas científicas e verdadeiras dos contatos com pessoas já falecidas, com provas irrefutáveis, de revelação de segredos de cofres, de números de contas em importantes bancos suíços e outros mais, livrando famílias de passar necessidades caso tal segredo que morreu com o ente querido não fosse revelado, e só o ente querido trazido do mundo dos mortos poderia ter revelado tal segredo, pois só ele o sabia. Portanto provas existem em grande quantidade destas manifestações. Haverá os que duvidarão delas, mas elas existem de fato. Como já disse, se os mortos não pudessem ser consultados, a proibição para tal não teria sido dada, pois ela não faria sentido. É o mesmo que uma sinalização de estrada avisando que é proibido virar a esquerda,  a sinalização só terá utilidade com a existência da estrada, se a estrada a esquerda não existe, não faz sentido a sinalização que a proíbe. Mas se a estrada a esquerda existe, a proibição faz todo sentido. Este é o caso aqui.
O verso 13 diz: “Perfeito serás com Yahuh Teu Deus.” Como poderemos aperfeiçoar nossos caminhos diante do Criador sem entender as claras estas coisas? Possuidores da Centelha Divina, compartilhamos com os seres celestes de algo permanente dentro de nós, que nos faz muito diferentes dos animais em nosso destino final de onde aguardaremos a ressurreição (Daniel 12:2). A própria ideia de ressurreição já alude ao retorno do espírito ao corpo.
O único que pode destruir apagar a centelha Divina dentro do ser humano é aquele que lá a colocou, ou seja: O Próprio Criador dela. Está escrito: “a luz dos ímpios se apagará, a faísca dos seus não resplandecerá. A luz se escurecerá onde ele esta, a sua lâmpada sobre ele estará apagada.” (Jó 18:5,6).  Seja sensato. Não negue o que está escrito, muito pelo contrário, apoie esta verdade. Fico admirado de ouvir que judeus caraítas negam as Escrituras, recusando reconhecer este conhecimento. As provas estão aí, é só estudar e pedir luz. O Salmo 36:9 diz: "Porque em Ti está o manancial da vida; na Tua luz veremos luz." Shalom.




ESTA É UMA POSTAGEM DO BLOG: 'O JUDAÍSMO BÍBLICO E O JUDAÍSMO HOJE'.

                                                                                                                                                                  

2 comentários:

  1. Obrigado. Sempre as ordens. Estamos sempre trazendo alguma novidade. Confira as matérias novas e comente com seus amigos. Abraço.

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