Quem foi Saulo de Tarso?



     Quem foi Saulo de Tarso?

Por: Benyamin ben Avraham.

"Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para os cumprirdes;... Não acrescentareis a palavra que vos mando, nem diminuireis dela para que guardeis os mandamentos do YHVH vosso Deus, que eu vos mando." (Deut. 4:1,2).

"Mas Israel é salvo por YHVH com salvação eterna, é por isso que não sereis confundidos nem envergonhados em toda a eternidade." (Isaías 45:17).

   Mesmo com a proibição do primeiro versículo, e todas as garantias do segundo, o povo de Israel não esteve imune a erros internos. Alguns judeus descontentes com o andar da carruagem, vendo as seitas farisaicas prosperando com sua mishná e ensinamentos orais viram a oportunidade de criar algo novo para satisfazer ''gregos e troianos', (judeus e gentios). Os judeus  que não aceitavam a interpretação da mishná eram em menor número e menos influentes. Aproveitando esta dessidência outros grupos também se acharam no direito de criar seu próprio grupo. Como eram muitos o gentios os que ouviam, sendo a maioria iletrados, e mesmo judeus sentiam as conseguências da falta de informação e escassez de recursos até mesmo para se ter um rolo de Tora. Não só por isso mas também por isso uma multidão facilmente manipulável se reunia em grandes grupos; era tentação demais tanto para judeus como para gentios letrados e com algum dom em falar em público. Desta forma, o território de Israel foi berço nesta época tanto para o surgimento da Mishná como para se lançar as sementes do cristianismo. Dois grupos distintos, e carentes de um guia lhes desse resposta. Assim um novo conceito de "Messias" podia ser implantado para quem seguisse a nova seita, um 'Messias que fosse meio humano meio "deus," agradaria a todos, ainda mais se estivesse presente naqueles dias... seria perfeito. Não bastasse o pesado jugo da política romana da época, ainda tinha o pesado fardo religioso judeu, com seus acréscimos e invenções. Diante da urgência dos fatos Saulo de Tarso trabalha arduamente para criar as bases deste 'novo movimento', auxiliado por outros judeus e não judeus que queriam um 'judaísmo' mais 'dinâmico' e menos farisaico, menos formal, e acima de tudo sem Mishná. Nas palavras de seu líder: "Pela vossa tradição, invalidais os mandamentos de Deus", denota claramente isso. Ele falava ds leis orais recém criadas. Percebemos o descontentamento com este movimento farisaico que se agigantava. Os primeiros seguidores de Jesus (e ele próprio), eram judeus que não queriam criar uma 'igreja", mas combater justamente o disparate 'mishnaico', porém as coisas acabaram tomando outro rumo. Vendo a oportunidade de se tornar um líder, Paulo firma a ideia de uma nova seita e prospera. Menos de um século depois da morte de Jesus (Yeshua), os pergaminhos escritos por seus seguidores começam a ser juntados, e uma 'nova autoridade' começa a ganhar corpo dentro de um determinado grupo que não mais discriminaria seus adeptos, fossem quem fossem, judeus ou de qualquer outra nacionalidade. A arrogância e a prepotência do judaísmo farisaico da época aceitando cegamente os ensinos interpretativos da Mishná, afastavam muitos de seu próprio grupo, que sem rumo acabavam presas de 'nova seita' com a aparente "solução". - "Venham pra cá, nós não seguimos os ensinos meramente humanos", diziam. Eles vinham e eram doutrinados e aceitar novos conceitos. O tempo e a história de nosso povo mostraram que os lideres judeus fariseus aproveitaram  ocasião para tomar as redias do pensamento judaico, criado 'takanots' leis prejudiciais e contrárias as leis anteriormente estabelecidas pela Torá. Assim grupos de rebeldes judeus no princípio da "era cristã" permitiram e ajudaram a criar uma 'nova religião' que segundo o Novo Testamento supostamente "suplantaria as leis originais dadas anteriormente". Saulo chama estes fundamentos de: "Fracos e pobres"; falando a judeus de Gálatas que insistiam em se manter seguindo a lei de Moisés. Somente séculos mais tarde é que  o "canon" completo do 'novo testamento' é formado, por seleção direta dos primeiros líderes da igreja católica. Leva menos de 300 anos para que este movimento que começou como uma reforma para rejeição das leis orais iniciada por Jesus se transformasse numa nossa seita, completamente divorciada de qualquer base judaica. Tudo nesta época era aprendido do Tanah e interpretado oralmente. Nenhum livro do novo testamento existia. Só as cartas de Paulo, espalhadas por todo lado. Mas isso logo mudaria.

           EM  QUE  SE  BASEOU  SAULO  DE  TARSO?
Em que ou 'no que' estão firmadas as bases da fala de Paulo em suas epístolas? No seu conhecimento da Torá e do Tanah, que agora como "professor" poderia reler e interpretar aos judeus pescadores e aos gentios excluídos do judaísmo convencional, sedentos de um caminho a seguir. Uma oportunidade de ouro que se apresenta para criar um judaísmo mais acessível para todos. Mas por que Paulo fez isso? Esta a grande pergunta. Pois se as bases para tal conceito suplantador foram previstas nos antigos profetas muito bem; mas se não foram, elas são apenas mais um movimento espúrio e seus conceitos não se fundamentam. Ou ele fez tudo de caso pensado, ou então enganou-se a si mesmo aceitando como verdade uma teoria aprendida com os essênios. Mas como conhecedor da Torá, é difícil crêr que um judeus tivesse tamanha coragem de passar por cima do mandamento contido em Deut. 4:2. Pois segunda a Torá não acrescentar nem diminuir significava não modificar, não anular o antigo e manter imutáveis conceitos que jamais poderiam ser suplantados por 'leis' novas posteriores. Mas como ele viu que os fariseus haviam feito isso sem nenhum trauma, ele pensou: - "Se ele podem, eu também posso". Estão não seria tão difícil assim burlar uma regra da Torá para que uma nova religião pudesse surgir; e foi isso mesmo que Paulo fez, enganado ou não ele o fez. Temos que respeitar a escolha que cada um faz, mas se ela tem fundamento ou não é uma coisa bem diferente. Mesmo assim  respeitaremos a decisão, embora não tenhamos que concordar com ela. A decisão de alguém de seguir tais ensinos, incidirá em responsabilidades por tal, e somente a pessoa que o faz as trará sobre si. As bases do cristianismo são as mesmas que qualquer religião em qualquer parte do mundo. Investigar as bases de sua religião para saber se se fundamentam ou não é responsabilidade individual. Se esperava que um judeu que aprendeu estes princípios desde pequeno fosse fiel a estes princípios, e não criasse algo que se desviasse pra longe, muito longe do judaísmo. Estão sobre os pergaminhos que os pais da igreja (católica), escolheram para fazer parte do 'canon' deste: "Novo Testamento". Saulo de Tarso ou Paulo como é conhecido, escreveu 13 epístolas, portanto metade do novo testamento. (Que tem um total de 27). Todos os seus livros (pergaminhos), foram mantidos nesta seleção.
 "Mas Israel é salvo por  יהוה  com uma salvação eterna; pelo que nunca sereis envergonhados nem confundidos." (Isaías 45:17). Se é nunca é nunca. Não seria enganado pelas nações, cumpriu a profecia, porém, os únicos que poderiam enganar e enganaram sem ferir as profecias foram seus próprios líderes.

Ele, Paulo, lança as bases para uma ideia nova, um novo caminho separado da Lei de Moshé:  Paulo altera a ordem natural de obediência judaica da Torá por sua conta criando algo nunca antes pensado ou que tivesse sido profetizado. Ele não se importa se o que ele ensina tem ou não base nos profetas; e começa a falar como se ele próprio fosse 'profeta'. Ele escreve: "Era preciso que a vós primeiro fosse dirigida a palavra de Deus, (Pergunto: quem disse que era preciso ? e quem disse que: 'primeiro' ? Qual profeta disse e "depois para os gentios"? ) Uma vez porém, que a rejeitais e julgais a vós mesmos indignos da vida eterna, nós nos voltamos para os gentios." (Atos 13:46). Quem não o seguisse não era 'digno', ele só podia estar brincando... Nestes novos conceitos foi dado o primeiro passo contra tudo que era sagrado. Neste momento Paulo abandona o judaísmo e se dedica a criar uma religião que fosse capaz de sustentá-lo e de lhe dar fama, dirigida só aos gentios. Nesta fala e atitude de Paulo sem querer deixa escapar que os seus ensinos não foram bem aceitos pelo grosso do judaísmo, porque diz ele:"Visto que rejeitais..." Ele não gostou que eles, os judeus rejeitaram, mas os gentios aceitaram. A educação gentílica não foi ensinada que Yahuh Deus não pode mudar de povo, nem escolher outra nação. Ele sabia do desconhecimento profético dos gentios. Paulo os ensinou ocultando coisas e criando outras, como fizeram seus conterâneos ensinando Mishná dentro do judaísmo. Fez isso por sua conta e risco, sem bases, mas ele iria pagar caro por isso. Quem disse que a palavra de Paulo era de Elohim, e quem disse que a rejeitaríamos ?  Ninguém disse. Mas Paulo fala como se estivesse escrito nos profetas, já que estava falando com gentios que não conheciam os livros dos profetas e não sabiam o que lá estava escrito. Onde esta isto previsto nos profetas ? "Visto que a rejeitais" ? É uma expressão criada na hora por Paulo, não tem qualquer efeito ou consequência nas profecias. Paulo disse o que nunca alguém havia dito. Como os judeus poderiam rejeitar o ensino que sempre esteve no meio deles ?  Se para eles é que foi dado desde os tempos antigos cumprindo as profecias, como é que de repente muda tudo de uma hora para outra ? Leia: (Salmos 89:26-37). Não faz sentido nos planos de Deus. Não vejo como a rejeição dos ensinos de Paulo afastaria a vida eterna dos judeus. Paulo ao afirmar: "nós nos voltamos para os gentios," está fazendo algo contra o ensino não só de seu mestre, que havia dito: "Não deis as coisas santas ..." (Mateus 7:6), e ainda: "Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: "Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidades de samaritanos, ..." (Mateus 10:5). Ela falava ainda: "Ide antes as ovelhas perdidas da casa de Israel".  Percebeu ? Ao fazer isso Paulo fez algo que não se encaixa com as profecias e com os propósitos do Elohim de Israel, mas contraria as palavras do "mestre" que ele dizia seguir.  Yahuh Deus nunca pretendeu abandonar seu povo em definitivo, (Deut. 14:2). Sempre que Ele o fez o fez de forma temporária para castiga-lo, prova-lo e purifica-lo, corrigi-lo. O povo eleito nunca foi nem seria outro: Yahuh afirma: "Vós, descendência de Abraão seu servo, vós filhos de Jacób seus escolhidos." Salmos 105:6. "Fez notório os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel." (Salmos.103:7). "Mostra Sua palavra a Jacob, os seus estatutos e os Seus juízos a Israel. Não fez assim a nenhuma outra nação.." (Salmos 147:19,20).
Em toda Escritura Sagrada a mensagem judaica sempre foi levada por judeus, e não o contrário: (Jeremias 12:14-17; Zacarias 2:11-13).  Está escrito: "Por que se amotinam os gentios e os povos imaginam coisas vãs ?" (Salmos 2:1).  O que pode ser mais vã que tentar inverter os papéis ? Será que agora os gentios seriam os que dariam o ensino para os judeus ? Parece absurdo ! ?  Mas foi isto mesmo que Paulo faz com seus ensinos. Assim vemos que existe um grande antagonismo entre os ensinos paulinos e o restante do Novo testamento, e muito mais com as hebraicas.  Em nenhum momento da história bíblica Yahuh (Deus), trabalhou com gentios como ensinadores de Sua palavra. Embora muitas vezes os usava para cumprir seus propósitos. Para que um gentio tenha direito de tal privilégio terá que converter-se a Torá, foi o que aconteceu com o profeta Obadias, que ao tornar-se um convertido teve o privilégio de ser chamado para ser profeta. Os gentios entravam e entram nos planos do Criador somente através da conversão, aceitando os ensinos das Escrituras Sagradas (Pentateuco e Tanah) ou seja: tornando-se eles próprios também judeus, (Isaías 56; Ester. 8:17). Deus usou gentios não para ensinar Sua palavra, mas apenas para cumprir seus propósitos, como já disse; um exemplo está em Isaías 45:1, onde Ciro (um rei gentio, Isaías 45:1), é chamado de "ungido", mas com conotação para reinar e libertar o povo judeu, não como mensageiro dos ensinos sagrados. Ungido aqui, quer dizer: 'Escolhido', preparado de antemão para atuar como líder político e autoridade.  Levar ensinamento sagrado sempre foi tarefa exclusiva do povo eleito, Israel: (Isaías 44:1-8; Êxodo 9:16) . Assim a história do cristianismo e o surgimento da Mishná acabaram por motivar a liberalidade e atitudes de Paulo, que se sentia a vontade para ensinar e falar o que quisesse. Porque o pensamento comum era: "Se eles podem, eu também posso."

ESTA É UMA POSTAGEM DO BLOG: JUDAÍSMO BÍBLICO E HOJE.
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